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quarta-feira, 11 de julho de 2012

GENERAL KAMBUENGO!


EDUARDO PAIM
(O Rei da Kizomba, um dos grandes mentores da criação e evolução deste estilo musical)

Meu grande ilustre e Kota Eduardo Paím Ferreira da Silva, tu és um músico que exerceu uma grande influência no circuito musical angolano na década de 80, surgindo no início da década de 90 em Portugal, como um dos mais influentes criadores do género musical conhecido como Kizomba.

Dikota ia mi, desde que bazaste tudo mudou, mas, algumas coisas ainda continuam na mesma. Por causa das makas que assolam a Nguinbi. O "Kota Mané" continua a chupar sempre wualende (capuca) dele mesmo sabendo que já é mais velho para essas coisa e não ouve os conselho. Como costuma a dizer sempre, "tu ouvidile kota" mas, ele nada. Gastam todo o kitade na disbunda. E  como ele há muitos por aí  afora, não são só os mais velho, mas também os kandengues da banda que, estão nas mesmas condições do tudo atoa, do antigamente!

Mano, agora a "Vida Sentida" está a dar no osso. Mas, "Sem Kigila" nós sempre ai, tanta gente nos musseques, - gentes sofridas, gentes sentidas com a amor a terra, crianças sentidas sem escola e comida, sem amor para viver, ai ndoló ku muxima!

"Curtir" em Lisboa agora já não está na moda, apesar de lá já há muito bateu, lembro-me te ter nos convidados - "mbora da qui dame a tua mão é noite é verão, tantas coisas boas em Lisboa para nos dar".

Agora a malta já tem o Lokal a bater, W - Club, Maiombe, Kasta Lounge e dentre outras.

Mas, meu kota estás curtes de agora já não é igual como antigamente, aquando era dia das disbunda. Aquilo era "Xinguila" ou o quê! Era xinguilar sem kijila com ou entre famílias.

Não era de muitos truque e cheias de não me toque, cheia de finuras com cara de estilo. Era kizomba que puíam a malta a xinguilar, sacudir o que é teu, avilo! Pegar na cintura que mexe com doçura! Era os kota tirarem os casacos e pegarem nas garotas mais brasas da áreas.

Não tinha-mos toque do kambua, fugareiro, do milindro e por ai fora. As bodas eram nos quintais. Mas, nós xinguilavamos sem parar na poeira, com as nossas kilumbas, nossa kizombada, rebita, cabitula, sembadas e grandes passadas do Gato Vaiola a bailar todo o salão. E quando o mano Simone Massini pegava na viola, nós lhe confiávamos, o rapaz ió dilaje, estragava mazé, aquilo era solar ou quê! Brincadeira tinha hora, organizava-se a roda e quem não dançava mãe dele era binca, pai dele era feiticeiro e dama que dava tapa na cara, fazia xixi na cama, não se leva à mal, era tudo brincadeira, é entre família.

Agora há a muitas killumbas boas e gostosas como a Meuri, mas, agora são piores que à "Chikitita". Mas, não aquentam a "Rosa Baila" "A minha vizinha" agora é mais interesseira, tranbiqueira, chuladora, enganadora e amiga da gatuna. Ela é bonita é toda catita, beleza que toca, choca e provoca, traz água na boca. Garota gingona, alta latona bem torradinha, ai que m me dera que a vizinha boa gente e minha!

Mandaste em "Luanda, Minha Banda", o Kanjila poisar no Marçal, na Mutamba ou na Samba onde todos são seus kambas. Ambientes porreiros e aí no Beto Carneiro. Prometeste que voltavas.

E como o prometido é devido, cá vieste em “Novembro” (1991), “Do Kayaya” (1992), “Kambuengo” (1993), “Kanela” (1994). E pensei que já que acabaste. 

Mas, me disseste que,  “Ainda a Tempo” (1995), “Mujimbos” (1998). E bazaste na Tuga e pensei que já não voltavas mais! Chorei bwé de tanto esperar  e como quem não queria nada trouxeste uma ngala de "Maruvo na Taça” (2006). Mas, a malta jovem já não bebiam mambos da banda , da terra mwangolé ou que não tá bater. Tinham mergulhado no mar dos ventos e consumismos estrangeiros e só queriam já mambos dos finos, da moda e rijos, desde kalibres e armys, de lambadas, m, noite, lixas e putos, color e big, e por aí por diante.

Mas agora, voltaste "Etu Mu Dietu" (2012), está entre nós sempre com a sua kizomba, a nossa festa da kianda desde o musseques aos mabululos até parte mais distante deste deslumbrantes mundo da música angolana.

Muito Obrigado Kota Paím!

Estamos juntos!