Por Makuta Nkondo
Os ditos “presos políticos” do MPLA eram Delinquentes.
O MPLA anda a fabricar factos e a usurpar as vitórias sobre a luta pela independência de Angola do colonialismo português.
Segundo
os seus ideólogos e historiadores, o partido marxista-leninista foi
fundado em Luanda a 10 de Dezembro de 1956, o que equivale a dizer que é
o mais antigo movimento de libertação de Angola.
A
data da fundação do MPLA eh uma pura invenção, pois nunca se dignou
apresentar ao povo a casa ou local onde este foi fundado nem os seus
fundadores.
Ora
fala-se de Ilídio Machado como quem fundou o MPLA, ora porque foi o
Mário Pinto de Andrade, etc. Eh uma confusão total em torno desta
fundação.
Lúcio
Lara, um dos rostos mais visíveis do MPLA movimento, no seu livro não
se refere ao 10 de Dezembro de 1956 como data em que esta formação
politica foi fundada.
Sempre
no quadro das suas mentiras, o MPLA usurpa o acto de “4 de Fevereiro de
1961” como sendo sua obra. Que mentira vergonhosa!
Em
1961, o MPLA nem quer existia. Astucioso, o MPLA usa a máxima segundo a
qual “Uma mentira repetida varias vezes, torna-se verdade”. O que não
consegue concretizar, como o povo começa a despertar-se.
O
saudoso presidente da FNLA, Álvaro Holden Roberto, citado por João
Paulo Nganga, no seu livro “O Pai do Nacionalismo Angolano”, na página
105, refere que “Em 4 de Fevereiro de 1961, dá-se o assalto às prisões:
cadeia de S. Paulo em Luanda, ataque à Casa de Reclusão e à esquadra da
policia móvel (os aracuaras) arquitectada pelo Cónego Manuel das Neves
“Makarius” e pelos operacionais Neves Bendinha, Herbert Inglês, Viegas
Paulo, Francisco Miguel Zau, Luís Inglês, Zacarias António Amaro, César
Correia “Mekuiza Mekuenda”, todos ligados ah UPA e outros nacionalistas
como Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor,
Francisco Pedro, e muitos outros.
Nesta
gigantesca obra, o MPLA apenas cita os nomes de Paiva Domingos da
Silva, Imperial Santana, Mukongo, Engrácia, etc. omitindo os dos outros
citados por Holden Roberto, e mesmo de intrépido comandante Virgilio
Sotto Mayor, com o peso de consciência de que eles (do MPLA) que
assassinaram este filho indígena de Angola.
O
ex-Deputado Makuta Nkondo foi abordado na Assembleia Nacional por um/a
colega seu - membro do Bureau Politico do MPLA - quem lhe revelou que
ele/a saiu de Angola nos anos 60 com destino ao exílio no ex-Congo
Leopoldville com o apoio da UPA. Ele/a estava num grupo de outros
candidatos ao exílio.
Em
Luanda receberam guias de marcha e um guia (pessoa) da UPA (União das
Populações de Angola) de Holden Roberto que lhes conduzia através das
matas dos Dembos e do Distrito do Kongo, hoje Província do Zaire, ate
chegar ao Sector de Lufu, Zona de Songololo, na actual Republica
Democrática do Congo (RDC).
Sem
a guia de marcha e um guia da UPA ninguém podia atravessar a zona de
guerrilha que se estendia de Luanda a fronteira norte de Angola com o
Congo Leopoldville.
Na
altura, o ex-Congo Belga era o único país vizinho independente: a
Zâmbia era ainda Rodésia do Norte e a Namíbia o Sudoeste africano, ambos
colónias.
No
Congo viviam na aldeia chamada 70 (lê-se Septante) ou Ave Maria,
situada junto ao caminho de ferro de Matadi-Kinshasa, na área do Lufu,
Província do Kongo Central (Hoje Baixo Congo).
A aldeia chama(va)-se assim, por se situar a 70 Quilómetros da cidade portuária de Matadi.
O/a
mesmo/a acrescentou que em Septante, para sobreviverem, eles fazia
Mpeya (biscates) nas lavras dos refugiados angolanos na sua maioria de
etnia Kikongo para receber em recompensa alguns produtos agrícolas como
mandioca, ginguba, banana, etc.
Só anos depois, quando começaram a ouvir falar do MPLA, que eles juntaram-se a este movimento em Leopoldville.
O/a
mesmo/a reiterou que quem disse ter saído de Luanda ou Angola para o
exílio no ex-Congo e que não passou pela UPA, mente. “Todos éramos da
UPA e esta era o único movimento que existia na altura” – disse.
Agora
dizer que o “4 de Fevereiro de 1961” foi protagonizado pelos
nacionalistas membros clandestinos do MPLA é uma pura mentira. O MPLA
não existia naquela altura, nem ninguém sonhava que ele existiria.
Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor e Mukongo citados como únicos protagonistas da referida revolta eram todos activistas da UPA da célula de Luanda.
Paiva Domingos da Silva encontrava-se na região de Carmona hoje Uige, como activista da UPA.
O Mukongo adoptou este nome em alusão aos bravos independentistas da UPA de etnia Kikongo.
Mukongo significa uma pessoa da etnia Kikongo cujo plural prefixado é Bakongo.
Em 1961, aconteceu igualmente
a revolta seguida de massacres dos trabalhadores da empresa Cotonang na
Baixa de Kasanzi (Cassanje), que o MPLA diz ter sido organizada e
implementada por seus homens.
Mas,
segundo Holden Roberto citado por Joao Paulo Nganga, “Rosário Neto foi
um dos grandes organizadores da revolta, estimulando a greve numa região
onde ele era natural e que conhecia bem”.
Rosário Neto foi vice-presidente da UPA/FNLA de 1960 a 1963. Outro dirigente da UPA que particou desta revolta foi Kamabaya.
Como sempre, a bibliografia sobre a data por parte do MPLA eh quase inexistente, para confrontar as versões.
Em 1961, não aconteceram apenas os referidos actos, “4 de Fevereiro” e “revolta da Baixa de Kasanzi”.
Registaram-se vários outros acontecimentos trágicos para os indígenas angolanos.
Na
sequencia dos tumultos resultantes da Independência do ex-Congo
Leopoldville, com os massacres dos antigos colonos belgas (este país foi
colonizado pela Bélgica) e principalmente com a aparição do Primeiro
ministro Patrice Emery Lumumba, em Angola, os portugueses começaram a
prender e matar os intelectuais e outros elites das comunidades bantu,
nomeadamente catequistas chamados em língua kikongo por Nlongi ou
Minlongi (Lê-se Nlongui ou Minlongui), enfermeiros, profissionais como
mestres alfaiates, carpinteiros, pedreiros, motoristas, etc.
Assim,
na sede do Conselho do Tomboco, Província do Zaire, um grupo de cerca
de dez elementos dirigidos pelo antigo regedor Faustino Moreira dos
Santos Nkabi, teve que fugir para o Congo Leopoldville perseguidos por
parte dos portugueses por ter dirigido um abaixo-assinado ao chefe de
posto colonial em que exigiam a independência de Angola.
Na
sequência da mesma perseguição, dois catequistas católicos provenientes
do Congo belga foram executados na aldeia do Yenga, na actual comuna de
Kinsimba, Província do Zaire, e as suas cabeças foram espetadas em paus
plantados nas extremidades da aldeia. Um dos referidos catequistas
chamava-se Bikakala.
Os
populares que foram enterrar as cabeças que podreciam no ar livre e
cujas carnes os cães comiam foram surpreendidos pelos portugueses que se
dissimularam numa manada de cabritos. Um dos populares chamado Isidoro
foi capturado, morto e queimado.
Estas cenas aconteceram em vários cantos de Angola, antes mesmo do inicio oficial da luta pela independência de Angola.
Antes
mesmo de eclodir esta luta, já tinha começado nas matas o treino de
jovens guerrilheiros da UPA chamados Jeunesse (palavra francesa que
significa Juventude em língua portuguesa).
Mesmo assim, o MPLA usurpa a paternidade do inicio da Luta armada pela conquista da independência de Angola.
Um
velho antigo preso de S. Nicolau, na Província de Mocamedes, hoje
Namibe, encontrado nas ruínas da antiga prisão, negou ter havido, no seu
tempo, presos políticos pertencentes ao MPLA naquela casa de reclusão.
Segundo o mesmo, os únicos presos políticos que estavam em S. Nicolau
eram membros da UPA e do MDIA (Movimento de Defesa dos Interesses de
Angola) de João Pedro Mbala.
Os
outros presos eram seguidores de Simão Gonçalves Toko ou membros da
Igreja Tokoista, e os provenientes de Luanda eram maioritariamente
delinquentes, assassinos e assaltantes.
O
velho acrescentou que mesmo na Baia-dos-Tigres, por onde se encontravam
preso, antes de ser transferido para S. Nicolau, não havia membros do
MPLA e nem sequer se sabia da existência desta formação politica.
Mesmo
os ditos membros do Processo 50, não eram activistas políticos, mas
eram acusados de terem cometidos crimes de delinquência, banditismo,
roubo e violação sexual.
Esta
versão foi confirmada por vários mais velhos na cidade do Namibe,
nomeadamente no Bairro Forte Santa Rita onde residem os antigos presos
da Baia-dos-Tigres e de S. Nicolau.
Ninguém
reconheceu ter tido na prisão um colega membro do MPLA. Muitos ate
disseram nunca ter ouvido falar do MPLA naquela altura. Este partido não
existia e ninguém falava disto. Só se falava da UPA, do MDIA e de Simão
Toko.
As
pessoas apresentadas hoje como nacionalistas presos por motivos
políticos a favor da independência de Angola, eram na verdade
delinquentes, gatunos e violadores de mulheres.
Três movimentos lutaram pela libertação de Angola, FNLA, MPLA e UNITA.
Mas
o MPLA usurpa a paternidade de todas as vitórias da libertação de
Angola, dando-se o luxo de organizar sozinho as festas aniversarias
alusivas às datas importantes da independência do país, e de se
auto-intitular o único libertador de Angola. Exclui os outros
movimentos, FNLA e UNITA.
Acontece
o mesmo no Desporto com as selecções nacionais de futebol, basquetebol e
andebol, que são confundidas com as células do MPLA cujas vitórias
pertencem a esta formação politica.
O
mundo ficou boquiaberto ao assistir “bebés” políticos espalhados pelo
MPLA em vários cantos de Angola onde inoculavam mentiras sobre o “4 de
Fevereiro”. Acontece o mesmo com a Revolta da Baixa de Kasanzi e o “11
de Novembro”.
“Bebés”
políticos, pois muitos destes ditos dirigentes do MPLA ou governantes
nem sequer tinham sido nascido quando começou a luta pela independência
de Angola.
A
maior tristeza foi provocada pela presença no ecrã da TPA (Televisão
Publica de Angola) de alguns ditos analistas políticos e intelectuais,
um dos quais considerados como eminentes historiador que integrou um
centro cultural continental, que ao abrir a boca apenas vociferou cobras
e lagartos sobre o “4 de Fevereiro” evitando colocar o dedo na ferida.
Em Angola, mesmo os intelectuais não defendem a dignidade e o diploma, mas sim o pão.
Um
outro “jornalista” e “nacionalista” do MPLA apareceram na TPA a falar
de “4 de Fevereiro” citando alguns participantes, mas infeliz e
propositadamente omitiu o nome de Virgílio Sotto Mayor, por motivo acima
descrito.